quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cora Coralina em cartaz.

A exposição "Cora Coralina - Coração do Brasil", depois  do Museu da Lingua Portuguesa onde ficou um tempo, agora  ganha edição revista e ampliada no CCBB do Rio de Janeiro. A mostra  apresenta manuscritos, correspondências, artigos e fotografias de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas,mais conhecida por Cora Coralina (1889-1985), pseudônimo da poetisa e contista, que tanto nos comove e acalenta com seus poemas.
É uma homenagem aos 25 anos da morte da escritora, que viveu na Cidade de Goiás, antiga capital do estado do mesmo nome e que hoje é conhecida como Goiás Velho.
O espaço rememora a casa e o passado da família de Cora Coralina com inúmeras imagens.

Anna Lins publicou seu primeiro texto muito jovem ainda, com apenas  14 anos e colaborou com centenas de jornais em Goiás, São Paulo e várias outras cidades brasileiras.
Para quem for ao Rio de Janeiro nestas férias, a exposição se encontra de 11 de janeiro a 13 de março de 2011 ( terça a domingo, das 9h às 21h), nas  Salas B, C e D - 2º andar, CCBB do Rio. Rua  Primeiro de Março, 66, Centro, Rio de Janeiro-RJ.
E não se esqueça:


 "CORA CORALINA - CORAÇÃO DO BRASIL"


Para lembrar a simplicidade de seus escritos aqui vai um poema  para seu lazer.

O Cântico da Terra
                 Cora Coralina 
Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.

Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranqüila ao teu esforço.
Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.

Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.

A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.

E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranqüilo dormirás.

Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.




















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