sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Um pouco de enlevo e poesia não fazem mal algum...

O encanto das artes
                        Sônia Maria de Faria - AIL
O poeta sonha...
E do arranjo das palavras
Nasce a poesia.
O músico, no sublime desejo,
Cria vida e sentimento
No arranjo dos sons.
Ambas – música e poesia –
Envolvem sonho, harmonia
E se entrelaçam no encanto do amor.
Um mundo de fascinação...
Mundo onde mora a sensibilidade...
Universo sem fronteiras
Sem fim.
Sempre haverá
O músico
O poeta
– Ora o pensamento sereno,
Ora a ânsia incontida –
E cantarão eles na pauta
A arte do amor...
A arte da vida...
As Posses
            Carlos Alberto da Silva – AIL
O seu sonho era a casa própria. Quando tomaria posse dela? Ainda menino viera da área rural para a cidade. Estudara, mas não muito. O bastante para começar o seu trabalho, como empregado, no comercio local.
Dedicado, atencioso, curioso, assíduo. Com o tempo e a aplicação adquirira a confiança do patrão. Este lhe propusera sociedade. União entre capital e trabalho. Aceitara.
Enamorado de uma normalista vira na sociedade a oportunidade para consolidar a sua profissão e a união eminente.
Fora feliz em ambos. No dia a dia do comércio e no lar que construíra. A normalista se tornara dedicada professora e colaborava com seus rendimentos para a poupança do casal. Estavam otimistas. Os tempos eram diferentes. Não havia a guerra como quando se casaram em 1942 e o racionamento lhes assolara o lar.
Não. Minas era governada por um médico, ex - prefeito da capital e que aspirava a presidência da república com sua clareza de propósitos e simpatia contagiante.
Admirava-o. Sim, iria aderir ao entusiasmo do momento. Construiria a sua casa. Já possuía o terreno e o projeto, frutos de suas primeiras economias.
A obra se iniciara. As dificuldades foram muitas. Ora materiais inadequados. Ora mão de obra de pouca qualificação. E assim, aos poucos, mas sempre, tornara realidade o seu sonho.
Acompanhava, de longe, a trajetória do médico mineiro que se elegera. Mas, a instabilidade política do país era real. Golpes e contra golpes poderiam impedir sua ascensão à presidência da república. Mas a situação se acalmara quando um general, sisudo e de poucas palavras, exigiu respeito ao resultado eleitoral.
Era 31 de janeiro. O ano: 1956. A obra, finalmente,terminara. A casa reluzente. A pintura alegre. Os tacos encerados. As vidraças cristalinas. Estava orgulhoso ao lado da companheira inseparável. Naquele dia fizera a instalação das arandelas, do lustre da sala e dos globos dos cômodos e dos quartos dos meninos. Faltava somente a luminária do quarto de casal e para lá se dirigiu. Subiu na escada (em V invertido) e se preparava para a montagem da luminária escolhida com tanto gosto. Estava emocionado!
De repente, em uma manobra inadvertida, a luminária lhe escapou das mãos e se espatifou nos tacos de peroba do assoalho. Foi um barulho rouco e grave como o que se ouviu no espocar da primeira garrafa de champagne estourada no banquete do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro.
Afinal, depois de todas as lutas e dificuldades, ele e o novo presidente da república, cada um com sua conquista, haviam tomado posse.

















O encanto das artes




Sônia Maria de Faria - AIL

O poeta sonha...

E do arranjo das palavras

Nasce a poesia.

O músico, no sublime desejo,

Cria vida e sentimento

No arranjo dos sons.

Ambas – música e poesia –

Envolvem sonho, harmonia

E se entrelaçam no encanto do amor.

Um mundo de fascinação...

Mundo onde mora a sensibilidade...

Universo sem fronteiras

Sem fim.

Sempre haverá

O músico

O poeta

– Ora o pensamento sereno,

Ora a ânsia incontida –

E cantarão eles na pauta

A arte do amor...

A arte da vida...





As Posses



Carlos Alberto da Silva – AIL

O seu sonho era a casa própria. Quando tomaria posse dela? Ainda menino viera da área rural para a cidade. Estudara, mas não muito. O bastante para começar o seu trabalho, como empregado, no comercio local.

Dedicado, atencioso, curioso, assíduo. Com o tempo e a aplicação adquirira a confiança do patrão. Este lhe propusera sociedade. União entre capital e trabalho. Aceitara.

Enamorado de uma normalista vira na sociedade a oportunidade para consolidar a sua profissão e a união eminente.

Fora feliz em ambos. No dia a dia do comércio e no lar que construíra. A normalista se tornara dedicada professora e colaborava com seus rendimentos para a poupança do casal. Estavam otimistas. Os tempos eram diferentes. Não havia a guerra como quando se casaram em 1942 e o racionamento lhes assolara o lar.

Não. Minas era governada por um médico, ex - prefeito da capital e que aspirava a presidência da república com sua clareza de propósitos e simpatia contagiante.

Admirava-o. Sim, iria aderir ao entusiasmo do momento. Construiria a sua casa. Já possuía o terreno e o projeto, frutos de suas primeiras economias.

A obra se iniciara. As dificuldades foram muitas. Ora materiais inadequados. Ora mão de obra de pouca qualificação. E assim, aos poucos, mas sempre, tornara realidade o seu sonho.

Acompanhava, de longe, a trajetória do médico mineiro que se elegera. Mas, a instabilidade política do país era real. Golpes e contra golpes poderiam impedir sua ascensão à presidência da república. Mas a situação se acalmara quando um general, sisudo e de poucas palavras, exigiu respeito ao resultado eleitoral.

Era 31 de janeiro. O ano: 1956. A obra, finalmente,terminara. A casa reluzente. A pintura alegre. Os tacos encerados. As vidraças cristalinas. Estava orgulhoso ao lado da companheira inseparável. Naquele dia fizera a instalação das arandelas, do lustre da sala e dos globos dos cômodos e dos quartos dos meninos. Faltava somente a luminária do quarto de casal e para lá se dirigiu. Subiu na escada (em V invertido) e se preparava para a montagem da luminária escolhida com tanto gosto. Estava emocionado!

De repente, em uma manobra inadvertida, a luminária lhe escapou das mãos e se espatifou nos tacos de peroba do assoalho. Foi um barulho rouco e grave como o que se ouviu no espocar da primeira garrafa de champagne estourada no banquete do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro.

Afinal, depois de todas as lutas e dificuldades, ele e o novo presidente da república, cada um com sua conquista, haviam tomado posse.

Um comentário:

  1. "As Posses"
    Hoje, um dos meninos iluminados pelos globos e arandelas carinhosamente e copiosamente escolhidas escreve sobre suas raízes......Com certeza, tambem hoje, o médico e o comerciante, tambem estejam num bom papo mineiro relembrando suas conquistas e os "lottes" que marcaram seus inícios. (ajlisbôa)

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