sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O Academico da AIL Paulo Roberto Tavares Pereira faz uma homenagem a Academia Itajubense por ocasião do aniversário de 46 anos de sua fundação, motivo de orgulho e alegria para a cultura itajubense.





                                            À CAMINHO PARA O JUBILEU DE OURO


                                                               EXALTAÇÃO À AIL

Num momento de plena e total repressão quando o regime militar impôs ao povo brasileiro medidas políticas que feriram a democracia, impôs, dentre elas, a censura à impressa. E foi nesse período negro de nossa história que a nossa academia de letras foi fundada, nos idos de 1964 e num dia em que se comemora a Ascensão de Nossa Senhora, num dia como o de hoje, num 15 de agosto.


Passou o tempo e muitos caminhos foram traçados e agora estamos na reta para comemorarmos o Jubileu de Ouro da fundação da nossa casa.


Mas celebremos, pois a coragem e a vontade inabalável daqueles que nos idos 1964 se reuniram para fundar essa conceituada casa, mas também celebremos as transformações ocorridas pelo tempo e pelos atuais acadêmicos que hoje a mantêm viva essa guardiã das letras.


O tempo passou e o mundo evoluiu vimos e acompanhamos essas evoluções quando deparamos com verdadeiras obras primas por intermédio dos poemas da nossa língua mãe, podemos dizer que há belas e tocantes poesias de Olavo Bilac a Carlos Drumond de Andrade, cada um dentro de seu estilo, mas sempre falando com o coração e expressando o seu sentimento.


Retroceder no tempo é de vital importância para sentirmos as mudanças quando encontramos as composições musicais da época barrocas como Haydn (1732-1809), Händel (1865-1759) e outros e encontramos também Arnold Schönberg (1874–1951), o criador da música atônica, todos grandes compositores e de inigualável sensibilidade, mas com composições de estilos diferentes, enfim nem um foi maior do que qualquer outro.


Embora Schönberg em suas primeiras obras estivesse ligado à tradição pós-romântica, mas já prenunciava um método composicional inovador, que evoluiu para a atonalidade, que em seu sentido mais amplo, descreve a música que carece de um centro tonal ou principal, não tendo, portanto uma tonalidade preponderante quando as notas da escala cromática trabalham independentemente uma da outra, criando assim um estilo inovador que se iniciou em 1908 e que perdura até os dias de hoje.


Uma das belas páginas musicais foi composta por Ludwig van Beethoven (1770-1827) na sua 9ª Sinfonia – Opus 125 – em Ré menor, denominada como coral porque introduziu no quarto movimento o poema “Ode à Alegria” de autoria de Friedrich von Schiller (1759-1805), grande poeta alemão, considerado como um verdadeiro guardião da língua germânica. Essa sinfonia fugiu por completo da tradicional e mais tarde muitos outros compositores introduziram, também, vozes em seus movimentos. Finalmente, essa composição de Beethoven tornou-se o Hino da Humanidade por ter sido introduzido o “Ode à Alegria” de autoria de Schiller, vejamos pois:


Ode à Alegria


Amigos, basta desses cantos!


Entoemos outro e mais agradável:


O cântico da alegria!


Alegria, brilhante centelha da divindade,


Filha de Elísio.


Ébrios de fogo entramos,


No teu glorioso santuário!


Tua força mágica irmana,


O que o mundo separou;


Todos os homens tornam-se irmãos


Onde pairar teu vôo suave.


Quem atingiu o supremo bem,


De ter por amigo um amigo,


Quem já conquistou uma suave esposa,


Esteja conosco no áureo júbilo!


Sim, quem ainda uma só alma


Pôde no mundo sua chamar!


Mas, quem nunca o tenha podido


Livre de seu pranto esta aliança!


Todos os seres bebem da alegria


No seio da natureza


Bons e maus


Vão por seus floridos caminhos.


Ela nos dá beijos e vinhas,


Amigos fiéis até a morte;


A volúpia foi concedida ao verme,


E o querubim está diante de Deus!


Alegres, como corpos celestiais voam


Sobre o plano rubro dos céus,


Sigam, irmãos sua rota,


Alegre, como heróis rumo à vitória.


Multidões, eu vos abraço.


Enviem este beijo para o mundo inteiro!


Irmãos! Acima desse dossel estrelado


Deve reinar o Pai Eterno.


Prostrais-vos, multidões?


Sente o teu Criador, mundo?


Buscai-o então acima dos astros!


Além das estrelas está sua morada.


Parabéns à academia, sempre jovem porque nos seus 46 anos de fundação apenas acumula a juventude pelo dinamismo das obras apresentadas, mas acumulando também experiências, onde cada um dos seus pares pode se expressar da maneira que for de seus interesses e assim o desejarem, mas para quem ama a arte das letras, a nossa academia está sempre viva e presente, jovem e alegre, sempre pronta para receber aqueles que estão imbuídos do mesmo espírito literário por meio de suas poesias, crônicas ou prosas.


Assim parabéns aos acadêmicos pelos 46 anos de fundação dessa casa, que sem seus pares ela jamais existiria.


Muito obrigado e parabéns.

                                          Paulo Roberto Tavares Pereira
                                                                 Agosto/2010.






Um comentário:

  1. Boa noite! Sou filha do Dico Faria e não sabia que tinha fotos e que ocupou a cadeira da AIL, depois que meu pai faleceu. Gostaria de entrar em contato com o senhor. marciahipolitoalmeida@gmail.com

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