quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A Academica da AIL - Ambrosina Freitas Paiva









D. Ambrosina sempre dinâmica e incentivadora da AIL nos apresenta aqui o seu livro "   A Garra de uma Criança", onde a mensagem de esperança e garra não faltam.  Um exemplo e tanto. Você já leu? Pois vale a pena conferir!


A LONGA ESPERA
Nós sabemos o que a vida nos reserva, por isso quando eu o trouxe para minha guarda; ele era franzino, braços longos e um pouco tortos. Tronco robusto, embora tenro. Desde o primeiro dia eu o tratava com muito carinho, na esperança de vê-lo se tornar forte, robusto e belo como todos os outros.

Minha impaciência era enorme, pois já estava sob a minha guarda há um ano e nada se modificou, embora eu o cumulasse de cuidados e atenção.

Meus amigos me diziam que eu era ingênua e visionária, pois o meu rebento era raquítico e só com técnicas radicais eu conseguiria transformá-lo.

Já se passaram cinco anos e nada de mudanças, que eu tanto sonhava. O amor é algo intrigante, pois se ele estivesse em mãos de alguém que não o amasse tanto como eu, já o teria mandado embora. Mas, esse sentimento que faz pulsar o coração e que espera sempre um milagre, fazia com que eu tivesse aquela paciência extrema e redobrasse meus cuidados.

Eu sei que me aguardava mais uma decepção porque os cuidados que lhe tenho dispensado, já mereciam que o quadro se revertesse. Aquele sonho que plantei no meu coração, ao traze-lo tão frágil para junto de mim, eu conseguiria transforma-lo, talvez, por um milagre, em belo, forte, imponente, o que me causaria uma grande alegria e realização.

Mas, o tempo foi passando, já se somaram 7 anos e ele se mantinha raquítico, feio, um verdadeiro esqueletinho que me deixava sumamente magoada.

Procurei outros recursos, consultei especialistas, usei de métodos modernos, com a esperança de haver uma verdadeira transformação e grande prazer para meu ego, que queria vê-lo tão lindo, que ofuscaria a beleza de seus pares.
Eu lhe dispensava tanto carinho, o abraçava todos os dias, como se fosse uma tarefa que não poderia faltar, mas ele era indiferente ao meu sofrer, não me causava nem mesmo uma esperança, mas ela é a última que morre, eu confiava que um dia o impossível aconteceria.

Embora ele me parecesse insensível, eu sentia que ele me faria uma agradável surpreza.

Depois de um longo tempo, ele se transformou como se houvesse sofrido úa mágica, gratificou-me com sua beleza e altivez.

Passados tantos anos, ao abrir a janela do meu quarto, deparei-me com o meu Ipê todo florido de amarelo, como os lindos raios do sol, que iriam iluminar minha vida.

Sou apaixonada pela natureza e por várias vezes plantei pequenas árvores à frente de minha casa, mas os vândalos as quebravam e destruíam.

Este Ipê eu o plantei e mandei fazer uma “armadura” de madeira para protegê-lo. Ao ver este milagre da natureza, que ocorreu como eu tanto esperava, trouxe-me uma imensa alegria,

senti-me como úa criança que ganhou seu brinquedo predileto.

Envaideci-me de ter aquela bela árvore florida. Com surpresa e prazer vi meu desejo realizado mesmo depois de tão longo espera.

Na verdade, a “Esperança é a última que morre”.



Nenhum comentário:

Postar um comentário