quarta-feira, 12 de setembro de 2012

UMA SAUDAÇÃO À ÁRVORE

               

                          As sete maravilhas da Palavra

                                                          Maria de Lourdes Maia Gonçalves - AIL

A origem
da palavra é tudo. Não a etimológica, mas
a fonte dos sentimentos onde é semeada. A “genética”
da palavra está ligada à qualidade do “solo” da mente que a cultiva.
A palavra fraterna nasce no coração do homem sábio, desprovido da vaidade que
o impede de ver e ouvir o outro. O “adubo” fertiliza e gera ações capazes de transformar
as pessoas e o mundo. Porquanto simplicidade é essencial. Não a simplicidade subserviente
que danifica a dignidade, mas a lucidez própria dos que sabem que, uma vez lançada,
a palavra pertence ao mundo e, por isso, são prudentes e cautelosos. À medida que desenvolvem as virtudes, libertam-se do sentimento individualista, tornando-os
aptos para ouvir mais do que falar. Há momentos em que o silêncio é mais eloquente... E abrigar-se nas pausas dos sons é o mais sensato. A terra, em suas entressafras, faz repousar
o substrato para que as semeaduras sejam promissoras. Se ao
solo não for dado esse tempo, a cultura resultará prejudicada... A primavera é propícia à geração de sementes, de ideias e reflexão. Momento oportuno para se lembrar que nos jardins alheios também brotam flores viçosas e aromáticas e que os passarinhos e as borboletas visitam os jardins sem a preocupação de saber qual flor tem o néctar mais procurado
por abelhas. A árvore eleva seus braços para o céu como quem
agradece a vida e,
recompensada,
doa e recebe as
dádivas que
lhe foram
reservadas
pelo Bom
Semeador.
Assim é a
palavra que,
aperfeiçoada
através da história,
é apanágio reservado ao
homo sapiens. Depende de nós, cultivá-la em solo fértil ou deixá-la sucumbir na
aridez do deserto. Do solo ressequido nada brotará...








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