sexta-feira, 7 de setembro de 2012

E, Setembro chegou!...

                



  Lina Lisbôa- AIL

Amanheceu Setembro, depois que a enorme Lua Azul foi desaparecendo, aos poucos, ofuscada pela luz do sol.
Grandiosa e altaneira, ela que arrebatou nossos olhares durante boa parte da noite,  permanecerá nas nossas lembranças por algum tempo, isto é, três anos aproximadamente e nos regalará, novamente, fazendo sua aparição duas vezes num mesmo mês e com essa majestade toda, a fim de provocar a inspiração poética e os corações apaixonados.
Impossível, alguém não tê-la visto e ela queria isto mesmo, já que ostentou um brilho mágico e um tamanho colossal semelhante a um disco de papel laminado esfumaçado.
Encantada adormeci com aquela linda imagem e fui acordada com um sabiá pedindo a luz do sol, mesmo, acredito eu, embevecido pela lua que fazia seu fim de turno.
Estava escuro ainda e ele implorava insistentemente pelo dia, empoleirado num arranha céu e sem verde algum por perto.

Só pode ser primavera!

O impossível acontece na magia primaveril. Ela está chegando, mesmo mediante as intempéries da natureza, mesmo apesar do descaso do homem.
E, o sabiá, meu vizinho, se ajeita como pode na selva de pedra, encontra uma fresta, faz seu ninho, clama por um companheiro e sonha com um mar verde, tão difícil de encontrar numa cidade onde impera o aço e concreto.
Entretanto, se um sabiá se apruma numa antena de TV, constrói um ninho, canta e espera o sol é sinal de que é primavera e sem querer, uma onda de alegria toma conta dos corações.
São os dias claros, o perfume das flores e as cores estampadas nos jardins. O calor, as roupas coloridas, a descontração. A vida abandona o cinza e se torna mais rósea. Transparente até, como o ar que enche meus pulmões ávidos de frescor.
Que ela venha plena de garra e encanto e nos traga a esperança de dias melhores. Que ela faça cantar todos os corações como o sabiá, que me despertou nesta manhã de setembro.

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