domingo, 6 de março de 2011

Mais um pouco da reunião do mês de fevereiro.

Reunião do mês de fevereiro da AIL, sala AARO.Mesa de trabalhos presidida pela Presidente Terezinha Nascimento Rennó e secretariada pela acadêmica da AIL, Yvelise Crepaldi. Na tribuna Paulo R.Tavares lê seu ensaio sobre a PAZ.



 O Acadêmico, Paulo Roberto Tavares,da Academia Itajubense de Letras- AIL, sempre dinâmico e colaborador, nos presenteia com seus textos muito criativos e elucidadivos, também, já que ele nos coloca de frente com a cultura, através das suas pesquisas, sobre o tema escolhido. E, como ele mesmo diz, não é poeta,então conta com colaboradores, que são sempre surpreendidos, com a colocação que ele faz dos poemas no texto elaborado. Isto mostra o respeito pelos companheiros e a integração muito feliz dos convidados e dos trabalhos realizados.

Sônia Maria de Faria lendo o seu poema sobre a paz dentro do contexto
 elaborado pelo Paulo Roberto Tavares 












Tarcísio Paes ( poeta amigo) e Paulo Roberto Tavares.


 











A acadêmica da AIL, Yvelise de Araujo Queirós e Crepaldi  fazendo a leitura da lenda sobre a Paz.

Nesta última reunião, a do mês de fevereiro, Paulo Roberto Tavares nos presenteou com um belo texto sobre a Paz e que você verá a seguir e não tenha preguiça de ler, porque é muito bom. O texto foi também publicado no Boletim Mensal do Rotary, do qual ele é membro.
                                     

                                    PAZ

                                                              
             A BUSCA FRENÉTICA
         DA HUMANIDADE



Poemas de:
Sonia Maria de Faria
Tarcísio Paes
Participação:
Yevelise de Araújo Queiroz e Crepaldi



 
Paulo Roberto Tavares Pereira
Academia Itajubense de LetrasFevereiro/2011




Paz – A busca frenética da Humanidade


É justamente na última semana do ano que as pessoas se preocupam em comemorar a paz, seja pelo espírito natalino, seja pelo simples fato de motivação pela campanha comercial para vendas de seus produtos. É época de festa e o comércio em geral busca aumentar suas vendas. Ninguém não se preocupa nem um pouco se durante todo o ano tenha vivido a paz para que no seu final seja, então, comemorada com prazer, alegria, confraternização, amizade e fraternidade, eis o seu verdadeiro sentido.
Mas por mera definição, que por sinal pode ser encontrada em qualquer dicionário, a paz é um estado de calma e tranquilidade, onde com certeza estão ausentes as perturbações e agitações.
A palavra deriva do latim – Pax que significa Absentia Belli, que se revela na sua essência à ausência de violência ou guerra, quando se busca a paz entre as nações como sendo o seu objetivo primordial.
Mas no plano pessoal a palavra tem um sentido um pouco diferenciado porque designa um estado de espírito e as pessoas estão desprovidas de ira, desconfiança e de um modo geral de todos aqueles sentimentos negativos e nefastos. Isso é tão acentuado no dia-a-dia que muitas vezes é comum cumprimentar as pessoas com a frequente saudação: “que a paz esteja contigo”, como sendo um voto do mais alto e inestimável desejo fraterno.
Não se pode negar que no atual mundo em que vivemos, o tumulto está ao nosso redor, onde existe violência, imperando o egoísmo, a ganância, não se importando em hipótese alguma com o bem estar do próximo, mas também é inquestionável que as pessoas buscam, freneticamente, vencer esse tumulto e encontrar uma maneira satisfatória para que se obtenha a tão deseja e almejada paz.
As pessoas ainda não se deram conta de que a paz somente traz a felicidade e isto em decorrência de alguns fatores básicos nos comportamentos dos próprios indivíduos, porque compreensão e fraternidade geram felicidade que por sua vez se instala dentro do Ser Humano para que se possa encontrar a paz interior, uma busca frenética da própria Humanidade, na própria maneira de ser.
Torna-se tão importante essa busca pela paz que muitas vezes nos esquecemos dela ou pelo corre-corre do dia-a-dia, ou pela própria imposição que a vida nos impõe. Esquecemo-nos de que a vida se torna um inferno para o infeliz, porque realmente não consegue ter paz interior, pois a sua infelicidade não lhe permite sentir tal regozijo por desconhecer os prazeres da tranquilidade, muitas vezes criadas por suas próprias mãos.
Mas se fizermos uma análise pelos desajustes às leis de equilíbrio que nos governam, poderemos reconhecer que os desacertos do mundo, muitas vezes, são justificáveis.
E aqueles que nos fazem companhia no cotidiano, por vezes são portadores dos pequenos desajustes que apresentam como soma das grandes crises que afetam a comunidade nos dias de hoje, principalmente por não olhar a Humanidade com olhos voltados para a paz, onde os interesses particulares sobrepujam os interesses da coletividade.
Se olharmos para o passado em busca de respostas, poderemos encontrar que a Humanidade tem sofrido em demasia com as intranquilidades geradas pelos conflitos sociais e políticos, onde por vezes se esquecem que o mais importante é estar em paz consigo mesmo e para que isso possa ocorrer há uma necessidade de que as pessoas sempre olhem o seu próximo como a si mesmo.
Não é porque numa simples noite de tempestade, onde o céu se torna ainda mais escuro, as nuvens cinzas e carregadas anunciando que em breve teremos um temporal e ao olharmos para o céu não vemos mais as estrelas cintilarem, achamos que elas se apagaram, mas em meio a tantas tormentas ainda sabemos que elas estão lá brilhando, a Lua continua em seu lugar sem que contudo possamos contemplar o seu belo luar. Assim acontece com a paz, não importa o que existe em nosso redor, mas poderemos sempre encontrar e buscar essa almejada tranquilidade, uma dádiva divina.
A paz é um sentimento universal. Mas com certeza cada pessoa a descreve a sua maneira, veja, por exemplo, a nossa confreira e poetisa Sonia Maria de Faria que nos diz que devemos deixar a paz envolver nossos corações para que lá fique instalada e que no céu tenhamos apenas estrelas e não rajadas de balas como raios que clareiam e perturbam os nossos semelhantes, curtir a vida com harmonia e vê-la passar na simples alegria de viver.

P A Z

Paz é o azul da manhã no céu...
O sol a acordar a vida...
O brilho renovado do olhar...
Paz é o azul da noite no céu...
Sem o traçado das balas...
Sossegada madrugada de luar...

Paz é o espaço das horas, do dia, da rua...
Misturando suor e sorriso...
Roupa marcada de terra...
O descompasso da correria
Com gosto de jogo de bola.
– Uma festa... Que alegria!

Paz é a liberdade de caminhar
Pelas ruas e vielas...
Ver abertas as janelas...
Exibindo nas mãos
A mochila colorida da escola
Cheia de planos... De ilusão...

Paz é saber, mesmo sem ter visto,
Que o pai foi trabalhar
E viver a certeza
De que ele já-já vai chegar,
Vivendo cada um o seu momento.
E a graça da família reunida
Partilhando o teto, a alegria, a comida...
Paz é ser respeitado...
Ser quase o dono da praça...
Jogar baralho, dama, xadrez...
Ou jogar conversa fora...
Divertir-se enquanto a vida passa...
Até que sol vá embora,
Sentindo valer o branco dos seus cabelos.


Utopia? Não!
Há que existir o sonho – o pulsar da vida –
Torná-lo real é o desafio...
É preciso despertar a consciência
Semear a esperança...
Vencendo o calor ou o frio,
Abrindo com firmeza e paciência
A certeza de novos caminhos.
Paz implica envolver o coração...
Deixá-lo falar de bondade
– Sem constrangimento, sem vaidade –
Acordá-lo para a ação...
Mostrá-lo no sorriso da igualdade...
Fará melhor o seu dia,
A vida de alguém da sua rua – de alguém mais além...
Aquele que faz
Sua parcela em favor da Paz

Já para o poeta Tarcísio Paes já a vê com tranquilidade, chega a sonhar em ser a paz por apenas um dia, onde se instalaria nos corações das pessoas para curar as mazelas, as dores e os ferimentos impostos pela própria existência e com certeza aumentariam a amizade, iluminando a escuridão para a sabedoria avançar e ser um semeador do amor e tornando-se um mensageiro da paz.

MENSAGEIRO DA PAZ

Ah! Se ao menos por um dia eu fosse a paz,
Abriria os corações de muitos casais,
Curaria os ferimentos principais,
Mataria esta saudade de meus pais.


Quem me dera, neste dia, ser capaz
De aumentar as amizades muito mais,
De repartir a ambição entre iguais
E de colocar todo sorriso em cartaz.


Se pudesse, neste dia iria atrás
De toda luz que fraqueja nos mananciais
Mostrando que escuridão leva prá trás
Mas com sabedoria se avança mais.


Quando a noite vier buscar a paz,
Pudera ainda, neste jardim de lilás,
Plantar as sementes do amor, como jamais!

Mas no corre-corre do dia-a-dia, ainda nessa busca frenética pela paz também a encontramos em alguns textos, fábulas e até mesmo pequenos contos que nos enviam e tudo se torna tão rápido pela facilidade da mídia, da internet... Enfim é a globalização que impera na Humanidade.
E um deles me chamou muito a atenção, uma fábula de autor desconhecido que diz:

  “Era uma vez... Um rei que ofereceu um prêmio ao artista que pintasse o melhor quadro que representasse a paz. Muitos artistas tentaram. O rei olhou todos os quadros, mas apenas gostou mesmo de dois, e teve de escolher entre ambos. Um quadro retratava um lago sereno. O lago era um espelho perfeito das altas e pacíficas montanhas a sua volta, encimado por um céu azul com nuvens brancas como algodão. Todos os que viram este quadro acharam que ele era um perfeito retrato da paz. O Mas quando o rei olhou, ele viu ao lado da cachoeira um pequeno arbusto outro quadro também tinha montanhas. Mas eram escarpadas e calvas. Acima havia um céu ameaçador do qual caía chuva, e no qual brincavam relâmpagos. Da encosta da montanha caía uma cachoeira espumante. Não parecia nada pacífica. crescendo numa fenda da rocha.  No arbusto uma mãe pássaro havia feito seu ninho. Lá, no meio da turbulência da água feroz, se instalara a mãe pássaro em seu ninho em perfeita paz. Qual pintura você acha que ganhou o prêmio? O rei escolheu a segunda. Sabe por quê?
"Porque," explicou  o rei: "paz não significa estar num lugar onde não há barulho, problemas ou trabalho duro. Paz significa estar no meio disso tudo e ainda estar calmo no seu coração. Este é o significado real da paz”.


Quando estamos tranquilos é porque temos paz interna. Em nosso recolhimento noturno conseguimos conciliar o tão almejado sono e chegamos até mesmo ouvir vozes cristalinas de crianças a dormir, não importa a nostalgia, a dúvida, o medo quando o amanhã vier porque sempre estaremos prontos para enfrentar todo e qualquer tumulto.


E segundo Chico Xavier “A Paz em nós não resulta de circunstâncias externas e sim da nossa tranquilidade de consciência no dever cumprido”.

Assim agradeço a atenção de todos, em especial dos poetas Sonia Maria de Faria e Tarcísio Paes que se prontificaram em me enviar as suas poesias para abrilhantar o texto e assim deixá-lo mais agradável e menos maçante e a nossa confreira e contista Yvelise de Araújo Queiroz e Crepaldi que se dispôs em abrilhantar esse pequeno trabalho emprestando sua voz e seu talento em ler a fábula sobre o rei que queria um quadro que retratasse a paz em toda a sua essência. Felicidades com muita harmonia, tranquilidade, confraternização e com certeza a paz se instalará em todo o seu Ser e todos aqueles que estiverem ao seu redor ficarão contaminados por ela.

Muito Obrigado.
Paulo Tavares
20/fevereiro/2010


























































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