sábado, 18 de fevereiro de 2012

“Em fevereiro tem carnaval...” País Tropical - Jorge Ben Jor

  Meu carnaval vai ser assim. E o seu?

Lina Lisbôa-AIL                     2012

Minha homenagem a alguns, dentre  os  grandes compositores carnavalescos.

Hoje é sabado de  Carnaval, 18 de fevereiro. Ele está aí, novamente. Parece brincadeira, que o ano passou assim, à revelia. Talvez só minha, mas um tanto que depressa demais.
Quero fugir do “agito”. Prefiro me esconder num sítio e na cadência de uma marchinha.
Para onde vou, ainda não sei. “Se a canoa não virar, olê olê olá. Eu chego lá..." Será só uma escapadinha de poucos dias e na quarta feira estarei de volta.
É o que espero e sem derreter, pois com esta chuva que cai, insistentemente, com certeza, "As águas vão rolar..." Mas, não importa, quero mesmo é descansar.
Há tempos já rasguei a minha fantasia e guardei os guisos no meu coração. Andei guardando a "Máscara Negra" por um bom tempo, naquele baú de lembranças, que a gente teima em resguardar das intempéries, mas chega uma hora, que urge esvaziar baús e gavetas e ela se foi numa limpeza dessas, quando a vontade de realidade agiu mais rápido do que a fantasia e fez um "Ó abre alas que eu quero passar..."
Depois desta faina toda, caí num desamparo, pois senti o quanto o tempo passa modificando as coisas. Lembrei-me daqueles bailes de “matinê” quando aquela meninada, pré adolescente, descia a rua em blocos, fantasiados de palhaços, colombinas, ciganos e melindrosas, piratas e mascarados. Só alegria e descontração, desmanchando serpentinas, apitando e espalhando confetes, "pedacinho colorido de saudade... ai... ai..." Saudades! Lembranças gostosas! Mas o tempo passa!...
E quando me apaixonei ainda quase menina; aquele amor platônico de carnaval, de quem ainda nem sabe o que quer e caí numa desilusão perdendo o prumo e queria um colo, "Mamãe eu quero, mamãe eu quero..." e ela numa mansidão que só as mães tem, me aconchegou e cantou baixinho "Lourinha lourinha dos olhos claros de cristal, desta vez em vez da moreninha tu serás rainha do meu carnaval..."
Cresci. Crescemos e os carnavais tomaram o rumo da praia, dos sítios, mas sempre com a turma animada de rapazes e moças, que inventavam brincadeiras, piscinada e sambão, fazendo um carnaval diferente. Tudo nos moldes dos jovens que querem inovar, serem diferentes, mas sob os olhares dos pais, sempre na retaguarda.
Quando adultos, o carnaval começou a tomar outro feitio, mas sempre com os bailes de clube, os encontros nos bares ou nas casas das meninas.
Depois disso, viajei para outros lugares. " Eu fui ás touradas em Madri... para lá ...tim bum, bum, bum.." Enfim, bom mesmo é a terra da gente, o cantinho da gente. "Quem sabe, sabe conhece bem..." e o retorno é sempre esperado. Quando se é jovem o pensamento é diferente. Temos uma gana louca de descobrimento, depois este ímpeto todo vai se acalmando e a casa no campo tem o seu lugar privilegiado. Tem muita gente que acha que isto tudo é bobagem, que o bom mesmo é continuar na vida agitada. Correndo atrás dos trios elétricos e acham que estou blefando. Tem gente que diz que estou blefando. Nem praia está no meu programa.Já passei por isto.  É confusão, na certa!
"Se você fosse sincera Ô ô ô ô Aurora..."  Apesar, quero mesmo é escutar os grilos ao entardecer. " Ver a estrela d'alva que no céu desponta E a lua que anda tonta de tamanho esplendor..."
Dormir com cheiro de mato entrando pelas narinas e levantar com os primeiros raios de sol. Respirar tranqüilidade. É disto que ando precisando para serenar meu espírito estressado da vida agitada, da rotina maluca, que ando enfrentando. Podem me esperar. "Se a canoa não virar Eu chego lá...", isto é se os planos não mudarem por algum motivo imperioso. Só assim eu desisto, mas por hora...
Vou espairecer ao som das “marchas rancho” das minhas memórias e nada de confusão.
E não precisam " ficar chorando de dor..." Eu volto!...
Para os que ficam:
"Ó abre alas que eu quero passar...
Ó abre alas que eu quero passar..."





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