quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Mês de Setembro está aí !...

                                         SETEMBRO
                                                     Lina Lisbôa - AIL.

Mês de manhãs claras, sol transparente adentrando as casas. Prenúncio de flores, um quentor de primavera e a despedida dos ventos.

Setembro do dia da Pátria, do dia da Árvore, do início da Primavera, dia da Oficialização da letra do Hino Nacional, dia Internacional da Alfabetização, dia do Teatro, dia da Fundação do Primeiro Jornal no Brasil, e tantas outras comemorações, sem esquecer dos aniversários.

E tem mais!... Acho que, de grande importância - dia da Compreensão Mundial.

Como estamos precisados... As pessoas se esqueceram de tantos detalhes, tantos gestos. A sensibilidade anda sumida. Será falta de tempo para SER. Para interiorizar-se, para cultivar-se, para se perder em pequenas coisas?

O que anda acontecendo com o tempo? Ele sufoca as pessoas ou são as pessoas que não andam cuidando dele?

Assim, nem dei conta que o fim de agosto se aproximava e setembro apareceu como do nada.

Os dias passaram depressa demais, como anda passando tudo nesta era de tecnologias e apressamento.

Ah! Que saudades das cadeiras nas calçadas, das crianças brincando à noitinha no coreto, do ar fresco batendo janelas (aquelas de madeira que abriam em toda largueza para o lado de fora), da lenha estalando no fogão e o tacho de cobre apurando a goiabada.

O tempo era largo. Como o Largo da Matriz cheio de gente a conversar depois da missa, sem pressa para ver a novela, pois nem todos tinham televisão e as novelas de radio eram escutadas mais cedo.

Nada impedia um contato sadio e sem hora depois da missa, depois do trabalho, depois do jantar. Era um depois, que se arrastava sem tempo, com palavras medidas e amplo silêncio.

Tenho saudades sim e sem saudosismo camuflado de falsa modéstia, pois não dispenso a tecnologia, que faz a minha vida mais fácil, o progresso surgido pela mão de trabalhadores, cientistas, sábios, idealistas que lutaram tanto por um mundo melhor. Mas, quase posso afirmar que eles não apreciariam essa correria toda e esta falta de tempo.

O que será que acontece? Porque o tempo encurtou, se temos muito mais facilidades agora?

E setembro chegou e eu nem telefonei para minha amiga, que fez aniversário em agosto. Não dei conta do tempo. Passou sem que eu percebesse imbuída que estava na rotina.

Preciso urgentemente de uma cadeira na calçada!...





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